Saúde é definida no dicionário associada ao bem-estar físico, psicológico e mental, e é uma ferramenta essencial à nossa (sobre)vivência. No entanto, perante a palavra saúde, a tendência é para pensar na dimensão física, na perna partida, na dor de dentes ou até na doença oncológica, deixando de parte as restantes e importantes componentes deste continuum, mental e psicológica.
Falar de saúde mental ainda é sinónimo de desconforto, tema secundário que se associa a perturbações psiquiátricas graves e a pessoas “fracas”, mas este rótulo pode ser perigoso e colocar em risco a vida e bem-estar de alguns sobreviventes. Não falar de saúde mental e reconhecer a sua importância é desvalorizar o mal-estar de quem o sente, empurrando-o para um percurso difícil e solitário. Muitas vezes os homens sobreviventes sentem que não merecem ajuda e quando se desvaloriza a saúde mental, está-se a contribuir para que não procurem apoio, prolongando assim, o seu sofrimento.
A manutenção do bem-estar psicológico e emocional é crucial para todo o ser humano e ainda mais importante em situações de violência sexual. Para um processo eficaz de recuperação, o sobrevivente necessita de aprender a estar atento às suas necessidades, a cuidar de si e a gerir as questões emocionais e de ansiedade que promovam um sofrimento real. Saber valorizar os sentimentos de tristeza, medo, raiva e lidar com eles ao invés de fugir, aprender a gerir a sua ansiedade quando esta parece descontrolada, e compreender que as emoções negativas associadas ao abuso têm uma razão para existir, são alguns dos passos essenciais para trabalhar o auto-cuidado e a promoção da sua saúde mental.
Tal como em questões de saúde física se procura um profissional especializado para acompanhar e tratar do problema, na saúde mental é importante que se faça o mesmo. Se foi vítima de violência sexual, na Quebrar o Silêncio pode encontrar apoio especializado para ajudá-lo a cuidar da sua saúde.
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