Violência sexual contra homens e rapazes é crime e a responsabilidade é do abusador. O facto de a vítima não conseguir impedir ou de não tentar impedir fisicamente o abuso não o torna num ato consentido. Existe todo um espectro de reações que podem ocorrer e não há respostas que possam ser consideradas corretas ou incorretas.
Por vezes, e dado que esta é uma forma de violência sexualizada, algumas pessoas esperam que as vítimas tentem impedir o abuso ou tentem fugir, porque consideram que essa é a única forma de reagir face a uma situação destas. À luz desta expectativa, se a vítima paralisar perante a agressão poderão gerar-se nela fortes sentimentos de impotência e de culpa. Estes sentimentos poderão contribuir para o seu silêncio e ser parte do motivo para não procurar apoio. É importante relembrar que cada pessoa é única e por isso poderá reagir de uma forma igualmente única.
Paralisar ou não dar sinais de luta são reações normais em situações de violência sexual. No entanto, esta forma de reagir pode ser mal interpretada por algumas pessoas e vista como uma forma de cooperação por parte da criança ou até de consentimento. É importante reforçar que a responsabilidade é sempre do abusador e nunca da vítima, independentemente das circunstâncias do abuso.