Tenho 28 anos sou casado e tenho uma filha de 6 anos. Fui vítima de violação com 9/10 anos de idade. O agressor era meu tio que vivia na mesma casa onde eu vivia.
Enquanto criança e adolescente nunca falei sobre o que me tinha acontecido. Não me senti à vontade para o fazer porque no fundo acreditava que havia uma percentagem de toda aquela situação que teria sido “aceite ou confirmada por mim”. Através da Quebrar o Silêncio compreendi que é impossível para uma criança daquela idade ter se quer noção para decidir ter relações sexuais seja com quem for até porque, no meu caso, a fase da descoberta do meu corpo ainda não tinha começado.
Passei a minha adolescência e toda a fase de descoberta sexual com um peso nos ombros. Sabia que o que me tinha acontecido tinha sido errado porém a minha personalidade sempre fez com que soubesse disfarçar ou ocultar os meus sentimentos reais, demonstrando a toda a gente que estava sempre tudo bem comigo.
Apesar de demonstrar que nunca havia nada de errado comigo, acabei por desenvolver uma certa falta de credibilidade nas minhas capacidades. O que sempre fez e continua a fazer com que eu seja o meu “pior inimigo”.
Já depois de casado é que senti a segurança e a necessidade de me abrir com a minha esposa e de lhe contar o que me tinha acontecido.
Senti esta necessidade pois com o decorrer dos anos de relação, a minha esposa sentia que havia alguns momentos do meu dia ou até alguns assuntos que quando mencionados alteravam a minha forma de estar; apesar de eu achar que todas as “capas ou camadas protetoras ” criadas ao longo da minha vida fizessem com que parecesse que estava tudo bem.
Só após esta abertura para com a minha esposa é que começamos a procurar ajuda e descobrimos a Quebrar o Silêncio.
Através das sessões de terapia, fomos encontrando pontos de ligação entre o que me tinha acontecido e a pessoa que sou hoje. De facto, este tipo de exercício ajudou a compreender melhor quem sou e a razão pela qual ajo de determinada maneira.
Sinto-me mais seguro, mais confiante e sem qualquer problema em falar do que me aconteceu. Na verdade após terminar a terapia, ganhei coragem para contar o sucedido a mais 2 pessoas que considerei importantes.
Senti-me muito bem recebido e encaminhado por toda a equipa da Quebrar o Silêncio. Em momento algum me senti forçado a falar, muito pelo contrário.
Estou muito agradecido a toda a equipa pela ajuda proporcionado e se também passou por algum problema do género aconselho vivamente a entrar em contacto com esta equipa, seja por telefone ou até por email.